A partir desta casa em diante, caminhamos pela consciência dos arquitetos do Jogo. É como se estivéssemos olhando o Jogo de fora. Brahma é o princípio da criação, a energia que gera a vida.
Em toda criação existe um propósito. Nesse estágio, ocorre uma reflexão a respeito do propósito da vida e da relação entre esse propósito e a questão trazida para o Jogo, pois qualquer ação que não se liga ao propósito maior é adharma e se relaciona com a natureza dos desejos.
Aqui, o(a) jogador (a) tem a oportunidade de enxergar o valor do Jogo e escolher esquecer tudo para poder renascer e ter mais uma chance de chegar à casa 68 – Vaikuntha-loka, a autorrealização, e a única maneira de fazer isso é chegando na casa 72 – Tamoguna, que representa a morte ou a inconsciência, retornando para casa 51(Mãe Terra – Prithivi).
A sincronicidade é um mecanismo do Plano Divino para despertar a Consciência Plena no jogador.
Sincronicidade é a casa simbolizando o Pai Divino e rege as 3 últimas casas do tabuleiro. A mensagem desta casa é a de lembrar ao jogador que quando estamos atentos, no momento presente, conseguimos realizar nossos desejos sem o esforço da conquista e disputa.
Quem compreende que tudo nasce, cresce e desaparece, está consciente no presente, vivendo o dia de hoje, esquecendo ou não se importando com o que passou, nem ficando ansioso pelo que virá, então, a sincronicidade fará você mudar sua maneira de se expressar.
Tudo será atraído por você, sem esforço, apenas pela conexão consigo e com seu meio ambiente.
A convicção de estar pronto para o melhor que houver nesta vida libera em seus movimentos a lei da atração.
A sincronicidade é como o surfar uma onda do mar, existe uma presença e consciência no surfista que o faz estar no tempo certo da onda, nem adiantado, nem atrasado, no tempo certo e então, a onda o conduz em equilíbrio e êxtase até onde quiser ir.
A criação dá a partida da Vida.
E se o que tanto buscas só existe em tua límpida loucura — que importa? — Isso, exatamente isso, é o teu diamante mais puro!” ― pensamento de Mario Quintana.
Juntar coisas não é um desastre. Todo mundo junta coisas. Mas, o importante é perceber que ao juntar coisas apareçam coisas que nos surpreendam. Esse juntar coisas talvez seja o artifício da arte.
Juntar uma coisa com a outra, transformar, e poder mudar novamente, em constante renovação.
O Caminhante Lilah é um depositário dos sentimentos mais diversos, aqueles que ele vive, aqueles que ele pensa e aqueles que realiza. Daí ter chegado até aqui pela flecha da Casa 17 (Benevolência, Graça: Daya).
Ao entrar nessa Casa o elemento que predomina é Mahat (Consciência Cósmica), mas embora Brahma seja o sustentador, não pode liberá-lo de seu caminho, que ainda é longo, pois terá que chegar até a Casa 72 e descer novamente à Terra, na Casa 51 (leia mais instruções na própria Casa 72).
Mesmo assim, o Caminhante não esmorece e procura dar sentido às coisas, não só por meio do cinema, música, ou dança, mas de qualquer outra atividade, como cozinhar, fazer jardinagem, dar aulas de Yoga; tudo é capaz de ser repositório de sentido, tornando a Vida mais intensa e divertida.
Os Brâmanes Advaitas chegam ao extremo de afirmar que tanto o Criador (VERBO) quanto a Criação (UNIVERSO) são uma coisa só indivisível, inseparável, o Brahman.
Sigamos adiante! A Vida tem fome!
69. Brahmāloka: o paraíso do Criador
Praticando a compaixão (daya) chego a morar aqui, livre de medos e karmas, porque posso perceber o princípio sutil que me une a todas as formas e a todos os nomes… mas sua percepção é temporária.
O jogo está além da formas e deve continuar.